Caro spin médico, você acha mesmo que um artista, digo autista deixaria de
perder sua espontaneidade para atender a qualquer presença externa? Este
monólogo foi escrito pela primeira vez no meu corpo, o Corpo de Idéia Sem
Matéria. Idéia Sem Matéria tomou banho e o livro desapareceu. Ser simples.
Dormir agora não seria nada mal. Distinta platéia, boa noite.
Caro spin médico, se no diálogo com Ana Maria procuro respeitar a
participação dos demais, aqui ela é ignorada. Não me interessa o que digam.
Isto é um monólogo. A minha velocidade, no momento, não é determinada por
sua velocidade. Não tenho obrigação nenhuma, nem mesmo de nomear um
interlocutor íntimo=privado, como por exemplo um médico. Não é preciso, uma
vez que a platéia está lotada. Isto é um monólogo.
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segunda-feira, 11 de junho de 2012
Antigas correspondências
Caro spin médico,sobre a heteronímia pessoana-- Heterônimo em Fernando Pessoa é uma estratégia autoral. Para ele, cada identidade que um poeta tenha, ou seja, cada imagem
com que o poeta se identifica e que gere um estilo autoral deve ser uma
identidade. A cada Outro a que Fernando Pessoa se refere, tem-se a sua
verdade e sua identidade. Se Pirandello diz que existiam personagens à
procura de um autor, Fernando Pessoa nos ensina - no ortônimo e heterônimos
- que existem sólidas sensações verbais à procura de um autor. Cada
heterônimo é um autor para este tipo de sensação verbal. Logo, esse Outro
representado indica o signo da "experiência de choque", dito através de
Álvaro de Campos como modernidade. Diz também da origem clássica como
naturismo e paganismo neo-epicurista em Alberto Caeiro, como representação
do neo-clássico horaciano no Humanismo das obras de Ricardo Reis, e da fusão
mítica do nacional com "a experiência...(cont)
Caro spin médico, e assim vamos sendo construidos pelo olhar=interferência
do outro. Muito estranho isso. Até então eu era misantropo. Agora
sinto-me=percebo-me como uma espécie de patropi=ortonômico. O que é
ortonômico. Vou dar uma olhada no google.
Caro spin médico, dei uma olhada no google e vi que, na tentativia de me
destrinchar=revelar, a participante Helena, fazendo uma referência a mim, me
classificou como uma espécie de patropi. E como não sei o que é patropi, fui
ver no google. Na verdade, Patropi é o nome de um dos personagens de Orival
Pessini. Ele está apresentando a peça "Eles sou eu". É só conferir no site o
ator. www.pessini.com.br/index.php
com que o poeta se identifica e que gere um estilo autoral deve ser uma
identidade. A cada Outro a que Fernando Pessoa se refere, tem-se a sua
verdade e sua identidade. Se Pirandello diz que existiam personagens à
procura de um autor, Fernando Pessoa nos ensina - no ortônimo e heterônimos
- que existem sólidas sensações verbais à procura de um autor. Cada
heterônimo é um autor para este tipo de sensação verbal. Logo, esse Outro
representado indica o signo da "experiência de choque", dito através de
Álvaro de Campos como modernidade. Diz também da origem clássica como
naturismo e paganismo neo-epicurista em Alberto Caeiro, como representação
do neo-clássico horaciano no Humanismo das obras de Ricardo Reis, e da fusão
mítica do nacional com "a experiência...(cont)
Caro spin médico, e assim vamos sendo construidos pelo olhar=interferência
do outro. Muito estranho isso. Até então eu era misantropo. Agora
sinto-me=percebo-me como uma espécie de patropi=ortonômico. O que é
ortonômico. Vou dar uma olhada no google.
Caro spin médico, dei uma olhada no google e vi que, na tentativia de me
destrinchar=revelar, a participante Helena, fazendo uma referência a mim, me
classificou como uma espécie de patropi. E como não sei o que é patropi, fui
ver no google. Na verdade, Patropi é o nome de um dos personagens de Orival
Pessini. Ele está apresentando a peça "Eles sou eu". É só conferir no site o
ator. www.pessini.com.br/index.php
Antigas correspondências
Mensagem original
De: jose carlos lima < jose.carlos.lima@hotmail.com >
Para: edson_barrus@ig.com.br
Assunto:
Enviada: 06/12/2005 12:29
Oi Edson,
neste momento, quando escrevo de forma amena=lúcida=lenta, percebo que minha
obra começou exatamente quando entrei em procresso
a minha chegada ao Rio de Janeiro está prevista para as 9:35 e o retorno
para as 14:25, sendo que tenho que estar no aeroporto uma hora antes, ou
seja, 13:35, este é limite=teto, este é o meu tempo previsto para a minha
ação: entre 9:35 e 13:35
Tempo disponível=previsível: 4 horas
Duração da performance: em média 30 minutos. Este é o tempo que ISR,
leias-se Idéia Sem Rosto, usará para executar a seguinte ação: sentar-se no
pórtico da Igreja, possivelmente onde um grupo de menores de rua, no caso
Idéi a Sem Rosto, dormem. Em seguida assistirá à missa conduzido por um guia,
uma vez que a burka não lhe permitirá autonomia
talvez uma curta caminhada
talvez um trajeto traçado pelo guia
ainda não sabe ao certo
quem usa burka, seja ela cristã ou islâmica, não tem liberdade de traçar seu
próprio caminho interior=exterior
lamento não estar filmando esta ação=performance que, já está ocorrendo
desde o momento em que entrei em processo, processo de
busca=investigação=percepção=sensibilização
gostaria de ter filmado minhas intervenções sob tal processo
As idas de ISR à Cúria Metropolitana
o diálogo com o vendedor na loja de tecidos
a abordagem ao arcebispo
apenas escreveu
escreu no corpo suas contínua história
toma banho e os registros são apagados=deletados
Não tô nem aí para certos enquadramentos=classificações
se o que estarei fazendo no Rio é a rte engajada=militante=limitante ou não
O que quero é vivenciar=experimentar
Só isso
Quero ver como é estar=pousar=chegar ali
Quero viver=sentir o espaço outrora ocupado por um grupo de Idéias Sem
Rosto, que foram assassinados por um bando de deicidas
Idéia Sem Rosto, a Idéia da Burka Cristã
burka kristã
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